A Casa do Grito tem sido motivo de pesquisas sistemáticas sobre seu valor histórico como técnica construtiva, a fim de desvinculá-la do cenário da Proclamação da Independência ocorrida em 1822. Sua denominação deve-se à associação com o quadro de Pedro Américo, intitulado “Independência ou Morte”, onde é retratada uma casa com características semelhantes. No entanto, o documento mais antigo referente a esse imóvel é datado de 1844 e consta dos autos do inventário de Guilherme Antonio de Moraes. Posteriormente, a pequena casa pertenceria a diferentes proprietários, até ser adquirida, em 1911, pela família Tavares de Oliveira, que permaneceu como moradora até a sua desapropriação pela municipalidade em 1936.
A casa ficou relegada ao abandono até 1955, quando uma campanha, realizada pela Sociedade Geográfica Brasileira e o jornal A Gazeta, atribuiu caráter histórico ao imóvel, a partir da constatação de sua técnica construtiva: a taipa de sopapo ou pau-a-pique. Lançaram, então, a idéia de recuperá-la para visitação pública. Certamente, esta idéia estava vinculada às comemorações do IV Centenário da cidade de São Paulo. As obras de restauro, incluindo uma janela falsa, tiveram a intenção de aproximá-la da casa representada na obra de Pedro Américo, no intuito de caracterizá-la com o cenário composto pelo artista.
Em 1958, por iniciativa da gestão municipal, o imóvel foi transformado em Museu do Tropeiro, abrigando um cenário característico dessa época, composto por móveis e alfaias adquiridos por meio de compra na região do Vale do Paraíba, ou pela doação de particulares e entidades diversas. O projeto tinha a intenção de compor um ambiente do que se imaginou ter sido um pouso de beira de estrada em princípios do século XIX.
No final da década de 70, a crítica a essas concepções museológicas, implicou na desmontagem do cenário. Os objetos passaram a integrar o acervo de bens móveis históricos sob responsabilidade do Departamento do Patrimônio Histórico (DPH).
Em 1981, a Casa do Grito foi objeto de pesquisas arqueológicas e passou por uma obra de restauro que procurou corrigir os excessos das intervenções anteriormente realizadas. Em 2007 passou por nova etapa de restauro e conservação, tendo sido reinaugurada em 7 de setembro de 2008. Este imóvel está incorporado ao Parque da Independência.
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